E o blog? Acabou?

Para quem acompanhou nossa viagem aqui pelo blog certamente ficou faltando o final da história, pois nos preocupamos em contar desde os primeiros preparativos, mas ao fim, encerramos com um post sobre Sydney numa história que parece que esperava a segunda parte... como um filme que espera uma continuação no futuro.



Bem, na verdade até começamos a escrever este fim, enquanto sobrevoávamos inúmeros icebergs no caminho entre Sydney e Joanerburgo, tangenciando a Antártida.
Sobrevoando a Tasmânia
Acontece que a chegada em Joanesburgo foi um balde de água fria no clima em que estávamos, pois mais uma vez tivemos problemas no voo, nova noite forçada na África do Sul, só que desta vez ficamos mais de meio dia brigando ao telefone com a agência de viagens e presencialmente com a South African Airways para conseguirmos ao menos um hotel para dormirmos... a história toda sozinha já daria uma publicação das grandes, mas ela foi suficiente para tirar o clima de compartilhar com vocês e, para não repetir isto, não vou ficar aqui prolongando nela.
Icebergs
O texto que eu escrevi durante o vôo também fica completamente sem sentido de ser publicado agora, pois o clima já é outro, mas serve como um bom guia para lembrarmos da emoção com que estávamos naquele retorno ao Brasil. As saudades da terrinha e de tudo o que nos esperava nela, a ansiedade de contarmos para todos a aventura... tudo nos empolgava naqueles momentos.
Tangenciando a Antártida

Muito forte também era a sensação de que tudo o que é bom dura pouco, pois o passeio, ainda que com alguns tropeços, tinha sido incrível. Até os tropeços foram legais para dar um recheio a mais em nossas histórias...

Não podemos reclamar nem um pouco da viagem, pois foi tudo fantástico. Encontramos os amigos, fomos muito bem recebidos por eles, pelos australianos, pelo Zélandeses e por todo o povo de uma infinidade de nações com quem topamos por lá.
É impossível resumir toda a emoção que tivemos nesta viagem em apenas algumas linhas de texto, mas vai aí uma tentativa de resumir um pouco do que vimos:

Austrália
O australiano é um tipo descomplicado e objetivo, o que certamente os livra de um bocado de burocracia e chateações comuns aos países latinos. Um exemplo simples e que chamou a atenção logo de cara foi com as portas de banheiro que, em geral, não têm trinco. É muito simples, pois porta fechada significa que tem gente, porta aberta significa que esta vazio. Pronto! Economizaram uma fechadura.
Outro ponto que chama a atenção é a confiança que eles têm por aqui... Bombas de gasolina liberadas nos postos, ninguém para cobrar o ingresso na porta do teatro, um monte de lugares sem roletas para entrar e se você fala que comprou o ingresso o cara acredita e pronto. E mais uma vez economizam com roletas e, principalmente, com pessoas.
Parece esquisito, mas eles têm grande limitação de mão-de-obra e, por isto, economizam isto como podem. A civilidade é tratada com grande importância e, como em outros países desenvolvidos, os carros param para os pedestres, as pessoas ajudam as outras, muito trabalho voluntário... Realmente muito legal de se ver e de aprender.
Como as coisas todas funcionam muito direitinho, a gente fica sem graça de sair daquele esquema deles e acaba entrando nele, como se fosse contagioso. Provavelmente por isto funcione tão bem.
Os preços não são baixos. Eletrônicos, carros e algumas coisas assim custam menos que no Brasil, mas o custo de vida em geral parece muito alto quando se comparado com o Brasil.
Outro ponto de destaque é a segurança. Andamos com nossa câmera em mãos pra todo lado, pegamos metrô, deixamos as coisas a vista no carro... Relaxamos completamente e sem sequer sentirmos receio... Esqueci a carteira no barco e recebi de volta com todo o dinheiro dentro. Caminhei pelas ruas de Cairns com tranqüilidade mesmo após ter efetuado um saque caprichado num caixa eletrônico completamente aberto na rua. Perdi o flash no hotel e tive ele de volta intacto... Digo a vocês, isto não tem preço.
A abundância de animais foi outro ponto que nos chamou a atenção. Sei que estivemos só no litoral, parte rica em flora e fauna, mas é legal ver como os marsupiais se desenvolveram em uma infinidade de espécies por lá e também como eles estão presentes e próximos do homem, sem grandes conflitos (exceto pelos muitos cangurus atropelados pelas estradas).
Como ponto negativo, achei o australiano bastante "bairrista", não se misturando muito com a grande população estrangeira que vive por lá.

A Terra Nova do Zé (Nova Zélândia)
A terra do Zé, ao contrário da Austrália, não tem aquela abundância de mamíferos, exceto pela infinidade de possums que encontramos atropelados pelas estradas (eu mesmo fiz o serviço em um deles). O possum é uma praga trazida da Austrália pelo homem e pela falta de inimigos naturais (não há cobras, escorpiões, onças, nada mesmo) eles se multiplicaram velozmente e acabaram por se tornar um grande problema ambiental, pois se apresentaram como primeiros predadores das aves rasteiras, entre elas o Kiwi, um símbolo nacional.
Mas o que não tem de animais acaba tendo de paisagens... algumas são excepcionais, como Milford Sound,  mas a maioria são paisagens do nível que já vímos antes, como as cordilheiras nevadas, vulcões, praias e florestas, como já vimos por aqui pela América do Sul, só que lá todas estas paisagens estão reunidas numa densidade fantástica... você vê três ou quatro delas num mesmo dia, talvez num mesmo momento... fantástico!
Outro ponto que chama a atenção na Nova Zélândia é a descontração do povo... ao contrário do Australiano, que tem mais o tipão inglês. o Zélandês aparentemente herdou uma alegria provavelmente do povo Maori, cultura que, aliás, está totalmente misturada no povo Zélandês... Há canal de televisão Maori, os nomes de tudo são em Maori... e ao contrário do Aborígene australiano, que nos pareceu muito marginalizado, lá o Maori faz parte da sociedade e está por todos os lados, muitas vezes como proprietários dos estabelecimentos...
Ao final, o Zélandês é brincalhão, cheio de tiradas e piadas... são excelente anfitriões e certamente isto tem grande influência na invasão de turistas a qual o país é submetido. O lugar é excelente destino para que gosta de neve, de esportes radicais, para quem busca aperfeiçoar o inglês... tem muito mais receptividade no processo de imigração... isto tudo conquista o visitante.
Também muito bem cuidado e com muita praticidade (entre outras fortes semelhanças com a Austrália), é de impressionar como um país deste sobrevive com a qualidade de vida que tem, ótimos indices de desenvolvimento e tudo mais com uma economia praticamente baseada na criação de ovelhas... lã, carne e leite estão entre os principais produtos de exportação.
Claro que alguns pontos são essenciais para que isto funcione bem, como o baixo indice de corrupção existente por lá (é o povo que tem menor sensação de corrupção no mundo), baixo nível de violência e coisas assim...
É lugar para viver!!!

E tudo que é bom dura pouco...
Bem, como ainda não dava pra ficar morando por lá (temos que buscar os cães), tivemos de voltar para casa. Todos os objetivos totalmente cumpridos, pois encontramos os amigos, visitamos lugares fantásticos, conhecemos culturas admiráveis...
A certeza é de que certamente voltaremos à Oceania um dia!

2 comentários:

  1. Pois é... quase que tive de comprar um novo, heheehe

    Também quando pegamos sua câmera pra levar pro Chile acabamos por perdê-la, mas também nos devolveram no hotel...

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